Sem dúvida a mais esperada e festejada corrida de rua do Estado de Mato Grosso e, quiçá do Centro Oeste. 10 mil participantes no escaldante janeiro cuiabano, compõem uma verdadeira massa, quase única da largada em Varzea Grande até a chegada na Praça das Bandeiras. Mas o charme aparente esconde pequenos segredos que precisam ser levados em consideração.
1. O percurso
A concentração é no trevo de acesso à ponte Sérgio Mota, em Várzea Grande. Na saída, um leve aclive seguido de um declive para atravessar a ponte.
O contorno do trevo de Acesso à avenida beira Rio deve ser feito pelo lado externo; alguns participantes derrubam a cerca de proteção para ganhar tempo e acabam cortando caminho – coisa feia!
Logo após o trevo na Av. Beira Rio está a marca do primeiro KM, ainda em declive, que segue até o K2, na Universidade de Cuiabá; estes dois primeiro quilômetros, em leve aclive e temperatura ainda “amena” (30°C), convidam o corredor à deixar de lado o planejamento e sentar a bota! É preciso ter cuidado.
Passando o K2, o terreno fica extremamente plano e assim segue até o K4; entre o K2 e K3 (na altura da ACRIMAT) há um posto de hidratação, a esta altura é interessante manter-se do lado direito da pista (se não estiver abarrotada), pois será preciso virar à direita na altura do Shopping Popular, pegando a Av. T.Cel. Duarte, onde fica o K4. Neste ponto começa uma leve subida, quase imperceptível.
Pouco antes do K5, na curva do Modelo da Prainha, há outro posto de hidratação e o tapete de checagem do Chip (nos últimos dois anos, ao menos estava neste ponto).
O K5 é o último da parte fácil da prova, pois no K6, na: nesta altura da prova a temperatura já está bem mais alta que do início o corpo já começa a cansar e as subidas começam a ficar bem difíceis.
A primeira já é passando a interseção da Av. Mato Grosso com a Av. do CPA; começa como quem não quer nada, mas é sinuosa e muito forte e vai até o viaduto da Av. Miguel Sutil, onde uma centena de espectadores se debruça para ver o povo passar, a marca do K8 está próximo deste viaduto, que também marca uma trégua de poucas centenas de metros até a segunda subida forte, que se inicia na altura do Posto 10 e vai até o K9, na curva na altura do HiperComper; depois deste ponto, há um trecho plano seguido de um declive significativo, até a tumultuosa chegada, na Praça das Bandeiras.
O site do GloboEsporte divulgou o seguinte gráfico altimétrico do percurso:
2. A largada
Alguns preferem se posicionar mais à frente possível para lagar no horário; outros optam por ficar no final do pelotão, as duas táticas tem suas vantagens e desvantagens, mas quem optar pela primeira deve escolher a pista da esquerda (contra-mão dos carros) e não se importar em não aparecer em filmagem ou foto, pois a imprensa, em massa, se posiciona na outra pista.
Sair no horário é exercício de paciência pois nos primeiros 800 metros quase impossível correr, já que os participantes formam um bloco único, composto por corredores de vários tipos e, muitos deles, estão só pela diversão e não pela corrida propriamente dita.
Outros corredores esperam até 20 minutos para sair, a grande vantagem é que a corrida se torna mais constante, porém corre-se o risco de não achar água nos postos de hidratação e do sol esquentar antes da hora. Há que ter habilidade para driblar aqueles que não conseguiram manter o ritmo (e não são poucos).
3. O Sol
Um dos principais adversários nesta prova é o calor! Mesmo que chova, a frio não vem! A prova, quando pouco é disputada acima dos 30°C, se houver sol, termina acima ou muito próximo dos 40°C.
Os bonés são distribuídos às pencas pelas empresas patrocinaras, nem precisa levar; agora: óculos e protetor solar são indispensáveis.
Mesmo que você não goste de correr de boné, use. Ele ajudará no alívio do sol e a manter refrescada a cabeça nos postos de hidratação. Cuidado para não tomar muita água, procure se refrescar e não tomar o copo todo!
4. Como Chegar
Chegar cedo é importante para evitar fila na retirada dos números e pegar WC químicos ainda limpos. É uma prova de 10mil participantes, tem fila para tudo. Quem chega antes tem a desvantagem de ficar esperando a largada por hora e tanto, mas o clima da corrida é agradável. Além disso pode conferir eventual falha na inscrição e até fazer inscrição na hora (nos últimos dois anos isso foi possível).
Não vá de carro. Pelo menos não sozinho. A corrida termina no outro lado da cidade, por isso ir de carro não é uma boa opção. Existem ônibus especiais circulando no dia da corrida; reunir os amigos e rachar o taxi é uma boa, depois pedir para alguém ‘recolher’ no final da prova.
Se algum familiar for te deixar, melhor parar em Cuiabá – na Av. Beira Rio, próximo a rotatória e atravessar a ponta a pé. Bom lembrar que é para deixar o carro no lado oposto da prova, para que consiga pegar a Av. Fernando Correia como via de acesso ao ponto de chegada (Praça das Bandeiras).
Na chegada, marque um ponto de encontro. São 10 mil corredores e uns 20 mil curiosos! Muita gente, e o lugar é imenso. O palácio da Justiça ou os Tribunais de Contas são bons lugares pois garante acesso rápido pelo Centro Político Administrativo.
5. Pontos fortes e fracos
Pouco provável que você consiga bater o seu recorde pessoal nos 10K; a Corrida de Reis não é uma prova fácil. E as dificuldades estão no final (subida forte e sol ainda mais).
A quantidade de pessoa também obriga o corredor a fazer muitos deslocamentos laterais e algumas vezes se desgarrar do ritmo ideal. Pode faltar hidratação em alguns pontos e, em outros, é inviável chegar perto das bancadas de hidratação (muita gente).
O ponto forte são os mimos: medalha bacana, chip, certificado em casa em janeiro com tempo número, etc. além da diversão que é esta prova tão cheia de gente animada. A boa premiação e a proximidade com a corrida de São Silvestre atrai corredores de renome nacional (FrankCaldeira é figurinha carimbada) e internacional (sobretudo os temidos quenianos).
A organização da prova preparou um site especial para o evento, com o regulamento detalhado (é bom ler), ficha e postos de inscrição, algumas fotos e mais detalhes, basta clicar aqui
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